quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ja Rule: "ganhamos dinheiro, isso é o que importa"

  • O rapper Ja Rule inicia nesta quarta-feira, 2, sua terceira turnê pelo Brasil. O músico - que já vendeu mais de 20 milhões de discos em todo mundo - vem para divulgar seu novo álbum, The Mirror, que deve ser lançado no segundo semestre de 2008.
  • A apresentação de estréia será realizada somente para convidados na casa Royal Club, na Rua da Consolação, região central de São Paulo. Em dias normais, o ingresso masculino na casa custa em média R$ 80. Ja Rule também se apresenta, entre os dias 4 e 12 de julho, nas cidades de Porto Alegre, Brasília, Vitória e Rio de Janeiro.
  • Indicado a três prêmios Grammy em 2002, o norte-americano também esteve no Brasil em 2004, no Hip Hop Manifesta, e em 2005, quando tocou no Recife e na capital paulista.
  • Terra Magazine conversou com Ja Rule por email. Na entrevista, ele fala sobre o novo disco e diz esperar por "muita diversão" na terra dos Racionais MC's.
  • O cantor - cujo nome de batismo é Jeffrey Atkins - também comenta as mudanças no rap norte-americano, que em pouco mais de 20 anos deixou de ter a denúncia social como mote para tratar de mulheres, dinheiro e sucesso.
  • - O rap se tornou mainstream. Todos estamos ganhando dinheiro, temos de fazer música que venda. Isso é o que importa - afirma.
  • Barack Obama ou John McCain? Atkins revela quem é seu candidato à presidência dos EUA nas eleições deste ano.
  • - Obama, é claro. McCain é só um outro Bush - diz.
  • Ja Rule aproveita sua visita ao país para, ainda nesta quarta-feira, visitar crianças beneficiadas por um projeto social na favela de Paraisópolis, em São Paulo. Nos Estados Unidos, ele mantém uma instituição de assistência a jovens abandonados.
  • Leia a seguir a íntegra da entrevista com o rapper Ja Rule:
  • Terra Magazine - Qual a expectativa para esse turnê no Brasil?
  • Já Rule - Muita diversão, bons tempos. Eu sempre me divirto no Brasil, amo esse país.
  • O que você conhece de música brasileira?
  • Eu conheço Fabz, ele é o cara que está me trazendo pela segunda vez. É um artista que também faz rap em português, espanhol e inglês. Ele é fogo. Nós vamos trabalhar juntos, seu álbum vai sair em 2008 e você pode ter certeza que eu vou estar nele.
  • Você teve uma criação de Testemunha de Jeová. Sua formação religiosa influenciou de alguma maneira suas letras, as quais freqüentemente falam sobre armas e violência?
  • Ah, você tem de saber que a maioria das músicas dos rappers não é o sobre que eles vivem, é só contação de histórias, é isso que é.
  • Nos anos 80, começo dos 90, o rap nos Estados Unidos versava principalmente sobre problemas sociais. Agora, mulheres e dinheiro são os temas mais comuns. Como você vê essa mudança?
  • Mudanças são boas, eu acho uma boa coisa. O rap se tornou mainstream. Todos estamos ganhando dinheiro, isso é o que importa.
  • Suas letras também tratam de mulheres, sucesso e temas similares. É natural cantar sobre essas coisas?
  • De novo, nós não cantamos sempre sobre aquilo que vivemos, nós temos de fazer música que venda, isso é o que importa.
  • O primeiro show desta nova turnê será em um local freqüentado pela alta sociedade. Qual o seu sentimento a respeito, já que você veio do gueto?
  • Eu me sinto bem por poder me apresentar para todos os tipos de público e que nós possamos nos relacionar, a música é universal, não há fronteiras, rico, pobre, o que quer que seja...
  • O que seu próximo álbum, The Mirror, vai refletir exatamente?
  • Um monte de mudanças, um Ja Rule mais maduro, boa música e o espaço em que eu me encaixo na minha vida neste momento.
  • Em quem vai votar nas eleições deste ano à presidência dos EUA?
  • Obama, é claro, e eu sei que ele vai vencer. Obama é mudança, McCain é só um outro Bush!
  • Para finalizar: o rapper Jay-Z, seu amigo, foi criticado pela banda de rock Oasis por tocar no festival Glastonbury, na Inglaterra; Jay-Z revidou, abrindo sua apresentação com uma paródia da música Wonderwall, do Oasis. O que você acha dessa controvérsia?
  • Jay fez o que tinha de fazer, e ele é "o" cara. Ele pode fazer o que quiser: eu estarei com ele por todo o caminho.
  • Terra Magazine

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