terça-feira, 25 de novembro de 2008

Marcelo D2 à vontade com sua imagem e diz que nao é celebridade.

Rapper lança ‘A Arte do Barulho’, critica culto às celebridades e diz que tem uma missão Via. Jornal O Dia. Rio - Enquanto dá entrevista a O Dia, Marcelo D2 sofre com o VT da derrota do Flamengo para o Cruzeiro (3 a 2), que acabou com os sonhos rubro-negros no Campeonato Brasileiro. “Roubaram muito o meu time ontem (domingo)!”, revolta-se, mas logo volta a se concentrar, porque tem outro jogo pela frente: o lançamento de ‘A Arte do Barulho’ (EMI), CD que já sai com placar favorável, graças ao sucesso de seu ‘Desabafo’.

  • A música, que toca sem parar nas rádios, é fruto das observações acumuladas desde ‘Meu Samba é Assim’, seu disco anterior, de 2006. “O disco bombou e eu pensei: ‘tô’ muito celebridade. Então fiz esse porque me deu vontade de falar: ‘não, não sou isso’”, afirma.

  • Ao todo, D2 está há 15 anos nas rádios, revistas, TVs e Internet de todo o País. Primeiro com a polêmica banda Planet Hemp, que lhe valeu discos de platina e uma prisão, e em seguida com sua bem-sucedida carreira solo, que despertou o interesse dos papparazi por sua figura magra e tatuada. “Eu nunca paro para fazer fotos. As pessoas acham que a vida dos outros é perfeita, mas não é, nem nunca vai ser”, diz.

  • Ele se incomoda porque não quer a imagem associada a esse culto. “Celebridade é artista, artista que não faz arte”, diz a letra de ‘Desabafo’. Ele vai além, no texto de apresentação de ‘A Arte do Barulho’, e insiste que ‘é preciso escrever a nossa própria história’. “E isso vai além da música. É o cidadão que faz o papel de pobre coitado mas não se mexe, é o outro que vive a vida dos outros, quer saber quem bateu, quem pegou, quem separou e esquece da própria vida, que é o que realmente vale a pena”, declara.

  • Seu popular lema, “vamo fazer barulho!”, ganha, no disco novo, ares de conclamação, movida menos a samba e mais ao rock e ‘beats’ de sua fase Hemp. “Eu sou muito inquieto, choro com o que vejo no ‘Jornal Nacional’ e acho que as pessoas estão muito acomodadas. Não adianta dizer ‘a culpa é do governo’. Tudo é escolha, não tem essa de ‘não posso fazer nada’. Começa pelo voto”, diz.

  • Na espinhosa ‘Pode Acreditar (Meu Laiá Laiá)’ ele se refere às milícias como efeito colateral do desinteresse político dos cariocas. “Nós avisamos dos porcos fardados (policiais corruptos)/ Mas nego é burro/ E continua votando errado”, canta. E garante que não está na música a passeio. “Quando fico mal, eu escrevo. Acho que tenho uma missão. (A música) ‘Fala Sério’ é sobre isso: você quer viver sem deixar nenhum legado? Eu não".

  • Confira ainda. Show do MD2 no Grammy Latino.

diboahiphop © 2008 Por *Templates para Você*